OLHARES E IDENTIDADES NA POÉTICA DE ODETE SEMEDO
Eusébio Djú
Orientadora: Profa. Dra. Luana Antunes Costa
RESUMO
O trabalho em questão
participa do projeto guarda-chuva intitulado "Estéticas do corpo feminino
nas Literaturas em Língua Portuguesa”, proposta pela Profa. Dra. Luana Antunes
Costa, da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira
(UNILAB/CE). Destacando as representações da mulher escritora como sujeito
intelectual, na perspectiva fundamentada por Edward Said (2001), pretende-se
destacar, em um primeiro momento, o papel da autora guineense Maria Odete da
Costa Semedo (1959 -), mais conhecida na cena literária como Odete Semedo, como
intelectual na Guiné Bissau e no exterior, além de sua contribuição para a
construção de um olhar crítico sobre os campos sócio-cultural e político de seu
país. Em segundo momento da pesquisa, analisaremos a obra poética de sua
autoria, “No fundo do canto” (2003), buscando identificar as representações do
corpo da nação Guiné Bissau e os contornos das representações sobre o
feminino. Em “No fundo do canto” (2003), percebemos um tom auto-reflexivo,
a construção de um discurso poético voltado à memória da autora e a de seu
povo, fazendo emergir, no texto, traços identitários da sociedade guineense.
Desse modo, Semedo assume a posição de uma mensageira a partir de uma análise
metafórica do poder hegemônico vigente no país. Percebemos, inicialmente, a
construção do que identificamos ser um olhar épico-lírico sobre o caos e a
desgovernança do país. Do passado ao presente do discurso, o eu-lírico realiza
um mergulho nos acontecimentos trágicos da guerra que assolou a Guiné-Bissau de
1998 a 1999. Desse modo, como forma de dessilenciamento da escrita e das práxis
da mulher guineense, esse trabalho também se justifica pelo empenho, da parte
de nosso olhar crítico, em analisar dados históricos da sociedade guineense, direcionando-se,
assim, a construção efetiva de um olhar voltado ao futuro.
Palavras-Chave: Odete Semedo. Identidade. Guiné-Bissau.
Olhares. Poemas.
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