EU, ESCRITOR, POETA OU POETÓLOGO: UMA TENDÊNCIA OU INTERPRETAÇÃO?
A
tendência de tornar-me um bom escritor e poeta me condiciona a estudar os
escritores e poetas: pergunto se são poetas ou poetólogos? Antes de respondê-la
meu caro leitor internauta, fique atento a seguinte comparação. Se o termo
politólogo existe para designar a pessoa que estuda a política, porque é que o
termo poetólogo não se aplica para designar a quem estuda a poesia? Para Ezra
Pound (2006), a poética é o nome da disciplina que estuda a poesia e suas
obras, considerando o que elas têm de específico, ou seja, aquilo que lhes é
próprio, o poético. Este, por sua vez, é constituído dos elementos
fundamentais do poema. O poético é matéria da poesia, é tudo aquilo de que
ela pode falar e o modo como ela fala em um poema. Caso assim é aceite, porque
é que nós não podemos reconhecer a palavra “poetólogo” como aquela que designa
a pessoa que estuda poesia? Então, instituo a palavra “poetólogo” e apresento a
sua acepção no meu escrito que intitulei “FÉLIX SIGÁ E A POESIA GUINEENSE”. Além
disso, dediquei-me a ler os livros dos grandes escritores e poetólogos, tais
como: Félix Sigá (meu ensaísta e
poeta preferido), Luís Vaz de Camões, Antônio Lobo Antunes, Luana Antunes
Costa, Ítalo Calvino, Umberto Eco, Guimarães Rosa, Fernando Pessoa, William
Shakespeare, Ezra Pound, Umberto Eco, Charles Pierre Baudelaire, T. S. Elliot, José Saramago, Boaventura
Silva Cardoso, Machado de Assis, Milan Kundera, José de Alencar, Odete Semedo,
Dostoievski, James Joyce, Ernesto de Mello, Antônio Frederico de Castro
Alves, William Cuthbert
Faulkner, Gustave Flaubert, Luandino Vieira, Pepetela, Ruy Duarte
de Carvalho, Mia Couto, Ungulani Ba Ka
Khosa, Vasco Cabral - Manuel da Costa, Edison Ferreira, Maurício Mané, Gabriel
Ié, Seco Silá, Tony Costa, Gonçalves Dias, Manuel Costa, Ana Paula Tavares,
Dina Salústio, Graciliano Ramos, etc., assim como, me inspiro no
escritor, mestre, cientista, filósofo Jan Amos Comenius. Pois, a memória oficial
corrobora que Comenius escrevia todos os dias. Hoje, é ele que muitos têm como
teórico precípuo, por conta disso, a minha massa cinzenta ela vem se ampliando
em função dos fins e do destino. Lembro-me da passagem da obra “Poética”, de
Aristóteles”, traduzida pelo intelectual Eudoro de Sousa que mostra a arte e
escatologia, pois durante a sua interpretação desta obra “Poética”, de
Aristóteles”, Eudoro de Sousa evidencia que a arte é símbolo e como símbolo
deve ser interpretado, porém questiona, afinal de contas, o que é
interpretação? Em resposta disso, Eudoro de Sousa afirma que no sentido
corrente, interpretar é exprimir, de certo modo, o mesmo que, de outro modo,
ficou expresso. Sendo assim, se é o sentido de "interpretar", como
aplicá-lo à poesia? Será possível recitar por outras palavras o mesmo conteúdo
da mensagem poética? Ninguém ousará afirmá-lo. Em evidência disso, vislumbramos
que "interpretar" tem outro sentido, que é o de "esclarecer",
embora, na prática interpretativa, o "esclarecimento" consista em
traduzir a linguagem poética em prosaico discurso. Mas não há outro meio, outra
mediação. E o processo tanto vale, ou tão pouco vale, para a poesia, como para
qualquer outra das formas de arte. Por força da própria índole da linguagem
racional, da própria estrutura do pensamento lógico-discursivo, o intérprete
sempre terá de alegorizar, isto é, dizer sucessivamente outras coisas que todas
são, ou melhor, tendem a ser, o que efetivamente, simbolicamente, já veio a ser
a obra de arte. Enfim, construo uma ponte que precisa que as pessoas atravessem
nela para o seu exame de consistência e da aprovação do seu engenheiro. Será
que serei engenheiro das letras e da arte?
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